Começaram os questionamentos sobre a situação jurídica do ex-governador Garibaldi Filho diante da regra da inelegibilidade, de olho nas eleições de 2026. Como Walter Alves, filho de Garibaldi, deve assumir o Governo a partir de abril, a dúvida é se Garibaldi poderá ou não ser candidato a algum cargo.
A questão ganhou força após uma pesquisa eleitoral realizada nesta semana em diversos municípios do Rio Grande do Norte. Segundo relatos de pessoas que responderam ao levantamento, foram feitas perguntas sobre a intenção de voto em Garibaldi para governador, para senador e também sobre a possibilidade de votar em um candidato apoiado por ele.
O primeiro entendimento é que alguém está sondando um cenário que envolve uma possível candidatura de Garibaldi a governador ou senador — hipótese que só será viável se Walter Alves não assumir o governo.
Explicando: a Constituição Federal, no artigo 14, § 7º, estabelece que são inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do presidente da República, de governador ou de prefeito — ou de quem os haja substituído nos seis meses anteriores ao pleito —, salvo se já ocuparem mandato eletivo e forem candidatos à reeleição.
Em outras palavras: se o vice-governador assumir o governo e permanecer no cargo nos seis meses anteriores à eleição de 2026, o pai dele ficará inelegível para qualquer cargo eletivo no estado.
A questão central sobre a pesquisa é: quem contratou o levantamento para medir um cenário com Garibaldi candidato e Walter Alves fora do governo? Quem teria interesse em verificar essa hipótese? Como ninguém sabe a resposta, o campo para especulações é amplo. Dá até para imaginar que Walter está pensando muito além do imediato.
