Vários interlocutores do Rio Grande do Norte que estiveram, de alguma forma, diante do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, relataram ter ouvido dele a informação de que, no estado, o partido terá como candidato a governador o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra.
Não ficou claro nos depoimentos dessas testemunhas se Kassab falava na condição de apoiador de Allyson ou se sinalizava a possibilidade de o PSD lançar candidatura própria. Nesse segundo caso, o movimento faria sentido apenas se Allyson deixasse o União Brasil e se filiasse ao PSD. As falas de Kassab, portanto, vêm sendo interpretadas de duas formas.
Acredito que Allyson não deixará o União Brasil. Não faz sentido. O partido tem demonstrado apoio aos seus planos de disputar o Governo. É dentro do União Brasil que estão alguns de seus principais articuladores políticos, como o ex-senador José Agripino e o deputado Benes Leocádio.
A única razão que justificaria uma saída de Allyson do partido seria se o prefeito de Natal, Paulinho Freire, tivesse controle total da sigla e estivesse disposto a levar o União Brasil para apoiar Rogério Marinho. Mas essa não é a realidade.
O que parece estar acontecendo é que a senadora Zenaide Maia conversou com Gilberto Kassab, explicando os motivos pelos quais rejeitava a proposta de uma dobradinha com Fátima Bezerra e confirmava sua decisão de estar no palanque de Allyson. Zenaide teria levado o prefeito para uma reunião com Kassab, onde foi selado o acordo de aliança com o PSD.
Kassab havia pedido a Zenaide que também priorizasse a formação de uma nominata para deputado federal, mas a senadora ainda não conseguiu avançar nesse ponto. Mesmo assim, ele considera que ter Zenaide no palanque de Allyson é o melhor caminho para garantir a reeleição dela.
Por isso, Kassab tem afirmado que, no RN, o PSD estará com Allyson para governador. Aliança fechada.