Quando a crítica vira desinformação: as notícias sobre o pagamento dos servidores do Estado

Ouvindo nesta semana uma emissora de rádio de Natal, durante um programa político, deparei-me com os apresentadores levantando dúvidas sobre o pagamento em dia dos servidores estaduais no mês de outubro. As questões apresentadas giravam em torno de que os servidores não suportariam mais viver essa agonia relacionada aos pagamentos e de que talvez o Estado não quitasse o mês de outubro em dia. Os radialistas também relataram a angústia vivida atualmente pelos servidores estaduais, que já não saberiam quando receberiam seus salários.

Achei a crítica desonesta com a governadora Fátima Bezerra. Primeiro, porque não havia qualquer indício de que o salário de outubro pudesse atrasar. Segundo, porque o pagamento vem sendo feito em dia, e não há essa “agonia” de saber se recebem ou não. E, terceiro, porque a crítica ignorava vergonhosamente a situação encontrada pela governadora quando assumiu o cargo, em 2019, no que se refere ao pagamento dos servidores.

Os apresentadores chegaram a sugerir que, de agora em diante, os pagamentos poderiam voltar a atrasar e já espalhavam o temor de que os servidores não teriam como receber o décimo terceiro salário, alegando que o Estado não teria recursos para quitá-lo.

Este texto não tem a pretensão de defender a governadora, mas sim de criticar o argumento desonesto.
Não existe, em lugar algum, qualquer informação de que o salário de outubro dos servidores esteja na iminência de atraso. Pelo contrário, a exemplo do que tem ocorrido todos os meses desde que a governadora assumiu, a programação de pagamento estava devidamente divulgada e confirmada. De onde surgiu, então, a notícia de que o pagamento poderia atrasar? Não havia fonte, fatos ou indícios — apenas o desejo de plantar uma inverdade para causar prejuízos políticos à imagem da governadora.

E quanto ao décimo terceiro? A notícia divulgada no programa seguia a mesma linha: tratava-se apenas de uma suposição, baseada nas dificuldades econômicas do Estado. Pode até ser que o governo venha a atrasar o pagamento, não tenho dados suficientes para afirmar que sim ou que não. No entanto, ao abordar o assunto, o justo seria contextualizar essas dificuldades e informar que o pagamento referente a 2024, por exemplo, foi concluído apenas em janeiro de 2025 para algumas categorias. Isso é bem diferente de sacramentar o atraso, de dar como confirmado, de afirmar que “não vai pagar”.

É interessante observar que, no afã de criticar a governadora, de diminuir e desconstruir o governo, alguns críticos sequer se dão ao trabalho de buscar honestidade na fala. Omitem deliberadamente as informações sobre as várias folhas salariais em atraso que a governadora encontrou ao assumir o cargo e sobre o modo como, de forma planejada, esses débitos foram sendo atualizados até a completa regularização, que se mantém até hoje.

O jornalista tem o direito de criticar, analisar e fazer previsões — isso faz parte do contexto da informação. Mas não tem o direito de omitir, distorcer ou argumentar de maneira dissociada dos fatos. Chamo a isso de notícia desonesta.

Compartilhe agora:

MAIS POSTS