Walter Alves fora do Governo? Por que a equação não bate e a conta não fecha

Em Natal, aos poucos, a mídia tem deixado de tratar da possível “virada de mesa” de Walter Alves. Até pouco tempo, insistia-se na hipótese de ele desistir da desistência e, no último instante, anunciar sua candidatura ao Governo. Agora, porém, a especulação é outra.

O que circula nas redações natalenses é que Walter estaria considerando a possibilidade de não assumir o Governo após a renúncia prevista da governadora Fátima Bezerra. Segundo os comentários, esse ponto tem sido tema das conversas recentes entre Walter e o presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira.

Qual seria o objetivo? A justificativa colocada nos bastidores é a de que, ao não assumir o Governo, Walter e seu pai, Garibaldi Filho, ficariam habilitados para disputar mandatos em 2026 — Garibaldi para deputado federal e Walter para deputado estadual. Nesse cenário, quem assumiria o Governo seria Ezequiel Ferreira, que ficaria responsável por conduzir o projeto político do MDB e ajudar a eleger ambos. Porém, ao assumir, Ezequiel ficaria inelegível, podendo disputar apenas o Governo.

Há ainda uma segunda possibilidade dentro dessa mesma linha de raciocínio: Ezequiel não assumiria o cargo, e o Governo passaria ao presidente do Tribunal de Justiça do RN, desembargador Ibanez Monteiro. Ele teria então 30 dias para convocar eleições indiretas — via Assembleia Legislativa — para escolher um deputado estadual que completaria o mandato de governador.

Já afirmei diversas vezes que não acredito na tese de que Walter volte atrás e dispute o Governo. Quanto à possibilidade de não assumir para viabilizar seu próprio projeto e o do pai, até poderia ocorrer em tese, mas não faz sentido prático.

Walter e Ezequiel entregarem o Governo, de mãos dadas, a um deputado estadual — possivelmente até de oposição — significaria abrir mão da máquina administrativa que, segundo o próprio Walter, seria determinante para eleger dois deputados federais e formar a maior bancada de deputados estaduais. Sem o Governo, esse objetivo se tornaria inatingível.

Por isso, apesar do burburinho, não acredito nessa hipótese.

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