A duplicação da BR-304, se sair do papel, terá uma mãe e os filhos omissos

A governadora Fátima Bezerra pode ser a grande beneficiária política caso a duplicação da BR-304 se concretize. A obra carrega todas as digitais dela. Ela é a mãe, a tia, a avó desse sonho do povo potiguar. A duplicação da BR-304 é, sem dúvida, uma das maiores obras estruturantes da história do Rio Grande do Norte.

Ontem, o ministro dos Transportes, Renan Filho, garantiu que, até o final de julho, o edital de licitação será publicado no Diário Oficial da União e que, em setembro, será assinada a ordem de serviço para o início das obras.

Enquanto Fátima empenhou o próprio pescoço para tirar o projeto do papel, outras lideranças políticas relevantes do Estado — como os senadores, deputados federais e prefeitos — fizeram de conta que o assunto não era com eles. No máximo, uma citação aqui ou ali em algum discurso.

É claro que os louros da conquista só virão para a governadora se a obra, de fato, sair do papel e mostrar sinais concretos de avanço. Nunca é demais lembrar o que aconteceu com a Reta Tabajara: dezoito quilômetros que estão sendo duplicados há mais de uma década — uma obra que parece nunca terminar. Nesse sentido, Fátima poderá colher o bônus político caso a duplicação avance, mas também pagará um alto preço se a obra se arrastar indefinidamente e virar poeira no tempo.

O que sempre me chamou a atenção na história da BR-304 foi a estupidez política que guiou alguns dos personagens envolvidos. Talvez, por enxergarem na duplicação a marca pessoal de Fátima Bezerra, muitos preferiram virar as costas, esconder-se na omissão e ignorar as etapas duramente conquistadas pelo esforço da governadora.

A César o que é de César: a duplicação da BR-304 tem, sim, Fátima Bezerra como a principal responsável. Mas ainda há tempo para a união de forças, para que essa obra avance sem interrupções até o fim. Quem se habilita?

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