Nem todo mundo percebeu, mas um detalhe deveria chamar a atenção: as duas pesquisas eleitorais divulgadas recentemente no Rio Grande do Norte ignoraram o nome de Cadu Xavier como pré-candidato ao governo pelo PT.
O nome de Cadu começou a aparecer no noticiário político a partir de 16 de fevereiro, ganhando destaque nas manchetes. O instituto Paraná Pesquisas realizou sua coleta de dados entre 18 e 21 de fevereiro, enquanto a Consult fez a sua entre 22 e 25 de fevereiro. O fato é que, no período em que as equipes de pesquisa estavam em campo, Walter Alves já havia anunciado que não seria candidato, e Natália Bonavides já havia confirmado sua candidatura à reeleição.
Em ambos os casos, houve tempo suficiente para a atualização dos nomes. As entrevistas são conduzidas com tablets conectados a um servidor central, e bastaria que, na véspera do início da coleta, um administrador acessasse o sistema e adicionasse o nome de Cadu ao questionário. A atualização seria imediata.
Estranhamente, os institutos mantiveram os nomes de Natália Bonavides e Walter Alves como opções governistas. O Paraná Pesquisas divulgou seus resultados no dia 5 de março, e a Consult, no dia 7. Com a ausência de Cadu na pesquisa, os dados apresentam uma lacuna entre a realidade projetada e a realidade concreta.
Considerando que a justificativa de falta de tempo para atualização não se sustenta, resta entender o motivo da omissão de Cadu Xavier. A partir disso, surgem algumas teorias. Uma delas sugere que haveria uma “Grande Mão” tentando forçar o PT a apoiar uma candidatura mais palatável ao antipetismo. Outra hipótese é que Cadu, por ser um nome novo e com potencial de viabilidade, poderia estar incomodando certos interesses.
Não sei dizer qual teoria é a correta — ou se alguma delas de fato procede. Mas o fato me chamou a atenção.