O ex-senador José Agripino tem concedido entrevistas em nome do União Brasil sobre a disputa de 2026 no Rio Grande do Norte. Cuidadoso em suas palavras, Agripino construiu uma linha de argumentação com quatro pontos principais.
O primeiro ponto é que a oposição precisa se esforçar para permanecer unida, sob pena de entregar a vitória aos adversários. O segundo ponto é que, segundo Agripino, existem atualmente três nomes na oposição com condições de liderar a chapa majoritária: Allyson Bezerra, Rogério Marinho e Álvaro Dias.
O terceiro ponto estabelece que deverá ser escolhido, entre esses três, aquele que apresentar maior potencial de vitória — critério que, segundo Agripino, deve ser avaliado junto ao eleitorado, por meio de pesquisas de opinião. E o quarto ponto é que o União Brasil, que tem como pré-candidato o prefeito Allyson Bezerra, está disposto a participar da construção dessa união da direita.
Diferentemente do ano passado, quando o próprio Agripino se mostrava mais incisivo ao defender o nome de Allyson Bezerra como candidato ao governo, o tom mais ponderado atual tem como objetivo evitar a implosão de uma possível via de consenso entre os partidos de oposição. Ainda assim, o ex-senador não deixou de fazer a defesa do prefeito de Mossoró.
A posição de José Agripino difere da de Rogério Marinho, que declarou recentemente que só será candidato caso obtenha a adesão dos demais partidos de oposição — e que isso precisa ocorrer até o final deste ano. Vale destacar que Rogério não defende uma união em torno de um projeto comum, mas sim em torno de seu próprio nome.
Na mesma linha está Álvaro Dias, que também defende a união da oposição, mas já descartou publicamente o nome de Allyson, alegando que o prefeito seria jovem demais para disputar o governo estadual e que deveria esperar sua vez em outro momento.
Embora Agripino continue insistindo na necessidade de união em torno do objetivo comum de derrotar o atual governo, é provável que em breve tenha que mudar o tom. Isso porque tanto Rogério quanto Álvaro rejeitam o critério das pesquisas sugerido pelo ex-senador. Apesar do discurso unificado, o rumo da conversa indica que dificilmente haverá um consenso.