O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, repassou, por meio do senador Rogério Marinho, orientações sobre sua posição diante das decisões políticas a serem tomadas. Rogério e Bolsonaro tiveram uma longa conversa na última terça-feira (23), autorizada pelo STF, em que avaliaram o cenário eleitoral do país, Estado por Estado. O encontro durou cerca de quatro horas.
Segundo Marinho, Bolsonaro deixou claro que não haverá definição política, anúncio ou fechamento de acordo antes de o Congresso Nacional dar a palavra final sobre a questão da anistia. Essa foi a principal orientação transmitida.
As declarações foram feitas por Rogério Marinho em entrevista nesta sexta-feira ao programa 12 em Ponto, da FM 98, em Natal. Ele destacou que Bolsonaro considera a votação da anistia prioridade absoluta: “seja para aprovar, seja para derrotar, o tema precisa ir à votação, e nenhuma decisão política será encaminhada antes que o assunto seja tratado de forma definitiva”.
Somente após a definição sobre a anistia — seja pela concessão ou pela rejeição — outras pautas entrarão no radar do ex-presidente. Rogério defendeu um projeto deanistia ampla e irrestrita, sem acordos sobre dosimetria, tema que, em sua visão, cabe apenas ao STF.
Ele não detalhou se Bolsonaro aceitaria soluções alternativas, como redução de pena ou prisão domiciliar. Apenas reforçou que a prioridade é resolver a questão da anistia geral.
Questionado sobre a possibilidade de encabeçar uma chapa presidencial, Rogério respondeu que não tem a dimensão nacional necessária, mas admitiu que o cenário político é imprevisível e sujeito a variáveis fora do controle de todos.
