Deputados do PP e do União no RN somem com o apoio ao governo, mas não entregam os cargos

Após ver a medida provisória que previa o aumento da arrecadação de tributos ser jogada na lata do lixo pela Câmara dos Deputados, o governo Lula avalia neste momento uma retaliação aos parlamentares que têm se beneficiado do governo com indicações de cargos e liberação de emendas, mas que mesmo assim vêm votando contra os interesses do presidente.

No Rio Grande do Norte, há duas situações específicas.
A primeira envolve o deputado do União Brasil, Benes Leocádio. Ele defendeu, dentro do partido, o rompimento com o governo e tem votado sistematicamente para derrotar o presidente Lula e seus projetos. No entanto, Benes indicou e mantém nos cargos o superintendente da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) e o diretor do DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas).

A segunda situação é a do deputado João Maia, do PP, que também tem votado contra o governo, mas mantém no Rio Grande do Norte o superintendente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

Já o outro deputado do PP, Robinson Faria, não possui nenhuma indicação em nível de coordenadoria no Estado, mas detém indicações em posições menores. Os três parlamentares têm votado de forma contrária ao governo, sem, no entanto, abrir mão dos cargos que indicaram na estrutura federal.

Após ver caducar a MP da recomposição dos tributos, o presidente Lula decidiu reunir a base do governo para discutir o que fazer com deputados e senadores que, de maneira recorrente, votam contra as matérias do Planalto, apesar de manterem espaço político e acesso aos ministérios.

Uma decisão, porém, já está tomada — mesmo que o governo não faça alarde: a torneira das emendas parlamentares será fechada com força.
E a justificativa o Planalto já tem: sem a MP que garantiria mais arrecadação, virão cortes, e as emendas são as primeiras da fila.

Se arrochar o nó, o governo pensa em pedir que a turma devolva os cargos.

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