Na análise da pesquisa TCM/TSDois, é importante observar alguns números com atenção. Para muitos, os resultados soaram como um verdadeiro soco no estômago do palanque governista, já que a performance de Cadu Xavier ficou bem abaixo do esperado.
Essa percepção talvez se deva ao fato de que, dias antes, o Instituto Seta divulgou outra pesquisa em que Cadu aparecia em segundo lugar, à frente de Rogério Marinho. E, de repente, surge uma nova sondagem que o posiciona bem mais abaixo.
O que mudou? Na pesquisa TCM, o nome apresentado ao entrevistado foi simplesmente “Cadu Xavier”. Já na pesquisa Seta, a alternativa vinha acrescida de uma identificação política: “Cadu Xavier, o candidato de Lula e de Fátima”.
É correto usar esse tipo de complemento em uma pesquisa? Depende do objetivo da sondagem. Não é errado apresentar o “nome limpo”, assim como não é errado usar a versão com associação política. Tudo depende do aspecto que se pretende investigar.
Na pesquisa TCM, Lula aparece com 44,7% das intenções de voto para presidente no RN; Fátima Bezerra tem 22,1% para o Senado; e Cadu Xavier apenas cerca de 7% para o Governo do Estado. Isso indica que a intenção de voto dada a Lula não está sendo transferida para Cadu.
A explicação mais plausível é que o eleitor ainda desconhece Cadu — e também desconhece seu vínculo com Lula. Se esse vínculo for explicitado, isso muda o cenário? A pesquisa do Instituto Seta mostra que sim. Em que proporção isso se altera, só uma mesma pesquisa, testando os dois formatos — com e sem associação — poderá responder com precisão.
Minha impressão é que, à medida que o eleitorado fizer a conexão Lula–Fátima–Cadu, o desempenho do candidato do PT ao Governo pode melhorar. Mas o quanto isso muda, ainda é incerto.
De toda forma, o poder de transferência de votos de Lula e Fátima para Cadu dependerá fortemente do cenário político de 2026. Se ambos estiverem bem avaliados, haverá maior capacidade de impulsionar sua candidatura. Caso contrário, o vínculo pode não render os frutos esperados.