Somente hoje tive a oportunidade de ouvir integralmente a entrevista da governadora Fátima Bezerra, concedida à jornalista Anna Ruth Dantas, no Jornal da Cidade – FM 94. Ouvi com calma, assisti e reassisti a alguns trechos para entender o que a governadora estava dizendo, fazendo anotações e, depois, conectando os pontos abordados nas diversas etapas da entrevista.
Fátima foi muito franca ao expor sua visão sobre o governo, o cenário de 2026 e o processo político pelo qual o Estado e o País passarão no próximo ano. Embora com certo atraso, mas com uma análise mais aprofundada, farei, nesta e nas próximas postagens, a interpretação das falas da governadora.
O primeiro tema é a possibilidade do surgimento de uma terceira via aqui no Estado. O que temos visto é que a disputa se concentra, de um lado, no PL – tendo à frente o senador Rogério Marinho – e, do outro, no grupo governista, com Fátima Bezerra e seus aliados. A chamada terceira via seria representada pelo nome do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, que tenta ocupar uma posição mais ao centro, buscando parceria com o PSD, da senadora Zenaide Maia.
Fátima não vê uma terceira via no Estado. “Não vai ter terceira via aqui no Estado, de jeito nenhum. O centro do debate eleitoral será entre quem respeita a democracia e quem desrespeita a democracia.” Segundo a governadora, haverá apenas dois lados, dois palanques, e não existirá um terceiro palanque no Rio Grande do Norte em 2026. “Mais uma vez, em 2026, o debate será entre os progressistas, que estarão em um palanque, e os que comungam contra a democracia”, argumentou.
Na avaliação feita por Fátima Bezerra, o palanque ao centro, pensado com o nome do prefeito Allyson Bezerra, não se concretizará. Como a governadora afirmou que não haverá uma terceira via, por conta de o debate se concentrar em dois polos, o entendimento que fica é que ela considera Allyson como integrante de um desses polos – provavelmente o da direita – e não como uma terceira alternativa.