Dando continuidade a um comentário que fiz em outra postagem sobre o novo plano A de Rogério Marinho no cenário nacional, quero tratar hoje do preço que o senador terá que pagar caso mantenha essa nova estratégia.
Digo isso porque Jair Bolsonaro está arrastando consigo seus fiéis aliados para um precipício. Não há nenhuma chance de seu plano prosperar. O ex-presidente não tem nada a perder, mas todos os que estão com ele podem perder — e muito.
Vou explicar melhor esse raciocínio. O plano de Bolsonaro é se manter como pré-candidato até os 45 minutos do segundo tempo, arrastando esse projeto o máximo possível. Ele se agarra à esperança de reverter sua inelegibilidade e ter o registro de candidatura deferido pela Justiça Eleitoral.
Isso não vai acontecer. Bolsonaro não poderá concorrer nas próximas eleições.
O risco que Rogério Marinho corre é emprestar toda a sua credibilidade política, inteligência e empenho pessoal ao sonho utópico de Bolsonaro. Aceitar entrar em um barco sem rumo, destinado ao naufrágio, é um risco significativo para o senador potiguar. E ele terá que pagar um preço por isso.
Um segundo aspecto encarece ainda mais esse preço: o senador transita com muita desenvoltura entre o empresariado nacional, sendo bem visto e considerado um aliado confiável. Esse mesmo empresariado, porém, não demonstra interesse em uma segunda versão de Bolsonaro. Eles querem os votos dos bolsonaristas, mas sem Bolsonaro.
Permanecerá Rogério em um projeto que desagrada a elite empresarial do Brasil?
A fidelidade de Marinho a Bolsonaro lhe cobrará um preço alto. Sustentar uma candidatura do ex-presidente até as convenções partidárias do próximo ano, sem viabilidade legal, representa um caminho difícil — e com um retorno ainda mais complicado.