Enquanto o tabuleiro do xadrez político no Rio Grande do Norte conta com três grupos fazendo suas jogadas eleitorais, uma batalha silenciosa está sendo travada nos bastidores. Um jogo muitas vezes até bruto. É a guerra da mídia, onde cada grupo disputa espaço nos principais canais de comunicação, tentando alcançar o coração do grande público.
Essa batalha não se refere apenas ao acesso à divulgação, mas, principalmente, ao controle de conteúdo. O grupo liderado pelo senador Rogério Marinho, o grupo da governadora Fátima Bezerra e o grupo do prefeito Alysson Bezerra estão em pleno combate — cada um apostando pesado, com altos volumes de investimento financeiro.
O grupo de Rogério saiu na frente. Desde o ano passado, sob a batuta do suplente de senador Flávio Azevedo, mantém uma rede de canais que inclui televisões, rádios, jornais, portais e blogs, utilizados para alavancar o projeto político do grupo.
Esse trabalho se concentrou inicialmente em Natal, mas, em 2025, expandiu-se para o interior do Estado — principalmente em Mossoró, onde houve negociação inicial para compra de uma emissora de rádio e fechamento de novos contratos com formadores de opinião e influenciadores nas redes sociais.
O grupo governista também tem força e organização no relacionamento com a mídia. É bem mais estruturado que o de Rogério. Foram criados núcleos regionais de comunicação (Natal, Mossoró e Caicó), todos coordenados por um comando central. O planejamento envolve emissão diária de pautas, sugestões de entrevistas e fornecimento de dados para compor os conteúdos.
O grupo também realiza, com precisão, o monitoramento das mídias, com relatórios diários e análises de desempenho por áreas.
Já o terceiro grupo, liderado pelo prefeito de Mossoró, Alysson Bezerra, vem investindo em um núcleo de comunicação com base em Natal. Alertado de que a mídia não poderia ficar centralizada apenas em Mossoró, Alysson reforçou sua equipe e contratou uma empresa especializada, com atuação na capital, que realiza diariamente o monitoramento da mídia, distribuição de pautas e busca aproximação com novos canais em diversas regiões do estado.
As parcerias com a mídia representam, segundo os núcleos de planejamento das pré-campanhas, o que faz o “coração” da campanha pulsar neste momento. E que ninguém se engane: é uma verdadeira guerra — com QGs montados, equipes mobilizadas em trabalho diário e reuniões periódicas de planejamento. Ninguém pode cochilar.
E nada disso é de graça. O investimento é alto. Os parceiros de mídia, muitas vezes, custam caro — a depender da influência que exercem em seus segmentos. O trabalho é altamente profissional.