O senador Rogério Marinho anunciou, em janeiro passado, que, a partir de março, iniciaria um projeto chamado Rota 22, percorrendo diversas regiões do Estado. A ideia era visitar os municípios, ouvir a população, anotar propostas e construir um plano para disputar o Governo em 2026.
Naquele anúncio, Rogério deixou claro que o foco era o Rio Grande do Norte, com ele próprio como protagonista e a divulgação de sua pré-candidatura ao Governo como principal objetivo.
Curiosamente, durante todo o mês de fevereiro, o senador do PL manteve silêncio sobre sua jornada pelo Estado. Esse silêncio foi quebrado apenas nesta semana, quando ele anunciou que o Rota 22 agora percorrerá todo o país. O projeto, antes estadual, ampliou seu escopo e passou a ter abrangência nacional.
Marinho até tentou amenizar a mudança para não dar a impressão de que alterou seus planos. Segundo ele, o projeto continua o mesmo e começará pelo Nordeste, incluindo o Rio Grande do Norte.
No entanto, é evidente que houve uma mudança de rota. O que o senador previa realizar no RN não é exatamente o que será executado agora. Percorrer os 27 estados do país não é a mesma coisa que visitar os 167 municípios do Rio Grande do Norte. Essa nova versão do projeto pode fazer sentido para alguém com aspirações nacionais, mas se distancia da proposta inicial de ouvir os potiguares e construir um plano de governo local.
O novo Rota 22 deixa claro que o projeto de Rogério Marinho hoje não é exatamente o mesmo que ele concebeu há 60 dias.
Como já escrevi antes, acredito que Rogério será candidato a governador e não vejo ainda outros horizontes se abrindo para ele. A mudança atual ocorre porque um novo papel lhe foi atribuído: liderar o PL percorrendo o Brasil. Não é o mesmo que viajar pelo Estado, mas trará maior projeção.
Há um ditado que diz: “Atirou no que viu, acertou no que não viu.” E é mais ou menos isso que está acontecendo com Rogério Marinho.
