O deputado federal João Maia (PP) está muito quieto. Como espectador atento da cena política, ele acompanha a montagem de três palanques distintos, cada um com suas cores, ideologias e personagens. Para qual deles João Maia seguirá? Essa é uma pergunta de difícil resposta – talvez o próprio deputado não tenha uma definição ainda.
Falo sobre o destino político de João Maia porque o considero uma peça-chave no tabuleiro eleitoral, alvo de disputas e tentativas de atração. Conhecedor profundo da política no Rio Grande do Norte, ele se destaca como um hábil articulador de nominatas para a disputa proporcional e conta com o apoio fiel de duas ou três dezenas de prefeitos.
Uma eventual aliança do PP com Rogério Marinho reacenderia o embate que resultou na saída de João Maia do comando do PL e na ascensão de Rogério. João foi, de maneira sutil, convidado a deixar a sigla. Nos bastidores, esse episódio deixou marcas. Digamos que uma reaproximação não é o cenário ideal imaginado pelo PP.
Em relação a Alysson Bezerra, em Mossoró, o gargalo está em Rosalba e Beto Rosado. Ambos são adversários locais do prefeito e constam na lista de aliados que João considera estratégicos. A questão é até que ponto o PP estaria disposto a deixar uma disputa municipal atrapalhar uma aliança estadual promissora.
A governadora Fátima Bezerra tenta largar na frente e já emite claros sinais de interesse nos progressistas. O nome de Shirley Targino, ex-prefeita de Messias Targino e esposa de João Maia, surge como possível titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico – pasta que João Maia já ocupou e que está entre suas áreas de maior interesse.
O PP deve seguir uma estratégia que João Maia sempre soube usar com maestria: na política quem tem tempo, usa o tempo a seu favor. Ou seja, nada de precipitações. Com um longo período ainda pela frente antes das definições eleitorais, é provável que os progressistas continuem silenciosos e sigam observando. Sabem que são cobiçados – e que farão a diferença no grupo que escolherem para pousar.
