O que virá após a renúncia do prefeito Allyson Bezerra e o futuro político de Mossoró

O olhar de todos os que acompanham e analisam a política em Mossoró já está voltado para 2026. Naturalmente, os movimentos no tabuleiro político giram em torno da candidatura praticamente certa do prefeito Allyson Bezerra, que deverá renunciar ao cargo em 2 de abril de 2026 para oficializar sua entrada na disputa pelo Governo do Estado.

O que pouca gente parece observar, no entanto, é o cenário pós-renúncia de Allyson. É certo que Marcos Bezerra, seu vice-prefeito, assumirá o comando do Palácio da Resistência, mas ainda se dedica pouca atenção ao que essa transição poderá representar. Há várias perspectivas a partir das quais podemos analisar Mossoró nesse novo momento — inclusive com vistas às consequências para a eleição municipal de 2028.

O primeiro ponto, considerado praticamente unânime, é a manutenção do controle político de Allyson sobre a Prefeitura, mesmo após a renúncia. A maioria dos analistas acredita que ele continuará influenciando fortemente as decisões administrativas. Essa influência, porém, é uma faca de dois gumes. De um lado, reforça sua liderança política no grupo; de outro, é preciso observar como o eleitor mossoroense reagirá a um cenário de “controle remoto”. Mais do que isso, importa saber em que grau essa influência se concretizará no cotidiano da gestão.

Um segundo ponto diz respeito ao próprio Marcos Bezerra. Embora se espere que Allyson continue orientando os rumos da administração, pode ser prejudicial para Marcos projetar a imagem de alguém sem autonomia, que apenas cumpre ordens. Caso essa percepção se espalhe, sua autoridade como gestor pode ser fragilizada, o que comprometeria não só sua imagem como também a viabilidade de uma futura candidatura à reeleição.

O terceiro aspecto relevante envolve o comportamento do grupo político que hoje orbita em torno de Allyson. Ter o controle da gestão com a caneta na mão é uma coisa; sem ela, é outra bem diferente. Vozes de descontentamento já se manifestam nos bastidores e tendem a crescer com a saída do prefeito. A grande pergunta é: esse grupo se manterá coeso quando Allyson voltar suas atenções para a campanha estadual? Quem assumirá o papel de fio condutor?

Por fim, caberá à população e aos analistas acompanhar de perto o desempenho de Marcos Bezerra. Sua capacidade de resolver problemas, construir uma imagem própria como gestor e manter a administração funcionando serão postas à prova. Afinal, Marcos será, em grande medida, um reflexo do próprio Allyson — e o que ele fizer influenciará diretamente a imagem do ex-prefeito e futuro candidato ao Governo do Estado.

Tudo isso faz parte do porvir. Aguardemos, pois, os próximos capítulos.

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