Rogério e Fátima falam a mesma língua e usam a mesma estratégia para brecar terceira via

Aconselho atenção a um discurso que vem sendo repetido com insistência pelo senador Rogério Marinho e pela governadora Fátima Bezerra.

Rogério tem afirmado que só existe uma direita no Rio Grande do Norte — o PL — e que os outros partidos como União Brasil, PP, Republicanos, PSDB, Podemos são partidos de Centro. É, portanto, o PL o polo que faz oposição ao PT no Estado.

Por sua vez, Fátima Bezerra insiste que não existe um terceiro palanque no RN, e que o embate de 2026 se dará entre dois polos: o PT e a direita conservadora.

De forma direta, ambos estão dizendo que o duelo será entre PT e PL, e que a chamada “terceira via” não tem espaço. Esse discurso é estratégico: querem polarizar o debate, acender as paixões políticas e manter o eleitor focado apenas nas duas forças principais.

Já escrevi aqui, diversas vezes, que petismo e bolsonarismo se alimentam mutuamente. Um não sobrevive sem o outro. Por isso, ambos reforçam a ideia de que só existem dois lados. Só dois palanques.

Vale lembrar o que aconteceu na eleição de Natal, no ano passado. Paulinho Freire e Rogério Marinho focaram seus ataques no PT de Natália Bonavides, e o PT fez o mesmo com eles. Carlos Eduardo, fora dessa polarização, ficou isolado, falando sozinho.

É justamente nesse modelo que Rogério e Fátima apostam novamente. Lula e Bolsonaro também. E a verdade é que os resultados eleitorais recentes mostram que essa estratégia funciona: as terceiras vias continuam enfrentando enormes dificuldades para mostrar força.

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