Está até engraçado ler o noticiário político nestes dias. Como dizia o mineiro Magalhães Pinto, política é como uma nuvem: você olha e está de um jeito, olha de novo e já está de outro.
Essa tem sido a sina dos escritores sobre política no RN atualmente. Às vezes, não dá nem tempo de baixar a vista e a nuvem já mudou. A culpa não é de quem escreve, de jeito nenhum — é a volatilidade dos fatos.
No mês passado, todo mundo entoava o discurso da união das oposições. Paulinho Freire falando em união. Rogério falando em união. Agripino, Alysson, Álvaro Dias — era o mantra de todo mundo: a tal da unidade.
E eis que agora a manchete principal do dia é que os três palanques são inevitáveis. Ou seja, a divisão da oposição parece estar se concretizando. De um lado, o palanque de Alysson Bezerra; do outro, o de Rogério Marinho. No lado governista, o terceiro palanque, com Fátima Bezerra e Cadu Xavier.
Há evidências claras de que a oposição se dividirá em dois grupos. A principal delas é a candidatura de Alysson, que se consolida dia após dia, enquanto Rogério tenta dar gás à sua. Ambos os movimentos têm sido bem visíveis nos últimos dias.
Tenho dito — e repito: só há uma chance de a oposição se unir — se Rogério desistir. Não enxergo, no horizonte, nenhuma possibilidade de Alysson Bezerra voltar atrás. Seu projeto segue de vento em popa, consistente, liderando tudo quanto é pesquisa. Neste ponto, não vejo qualquer chance de recuo.
Então, ou Rogério cede, ou haverá racha no bloco oposicionista.
E se tivermos três palanques, pode anotar aí: teremos três chapas completas para o Senado. Styvenson e Álvaro no palanque de Rogério; Zenaide, ou no palanque de Alysson com mais um nome a ser escolhido, ou no de Fátima, fazendo dobradinha com a governadora.
A única coisa em que não acredito, diante da velocidade com que as notícias políticas estão sendo geradas, é no fechamento precoce das chapas. Vez por outra leio, em alguns locais, o anúncio de chapas já formadas. Isso, não. Só um maluco fecha chapa faltando 17 meses para a eleição.