Tenho percebido, por parte da governadora Fátima Bezerra, um esforço enorme para consolidar o nome de Carlos Eduardo Xavier — o Cadu — como pré-candidato do PT ao Governo. Impressiona a contundência, firmeza e determinação com que Fátima afirma: Cadu é o candidato. Ponto final. E ninguém tira.
Em duas ou três entrevistas recentes em que foi questionada sobre Cadu e a possibilidade de mudança no nome, Fátima reagiu de forma categórica: o nome está escolhido. Em entrevista à jornalista Ana Ruth Dantas, ela declarou estar impressionada com a forma como Cadu conseguiu unir as diversas correntes internas do PT. Disse que ele era um consenso, um nome consolidado.
Já em entrevista a Marcos Dantas, em Caicó, quando perguntada se acreditava que Cadu ainda se consolidaria como candidato, Fátima foi taxativa: “Não vai se consolidar, não. Já está consolidado.”
Essa ênfase da governadora no nome de Cadu tem um motivo claro: evitar especulações sobre uma possível candidatura de Ezequiel Ferreira ou uma eventual mudança de planos por parte de Walter Alves. Em outras palavras, Fátima quer afastar as sombras que pairam sobre a candidatura de Cadu.
No entanto, na política, acima da vontade, estão as circunstâncias. Cadu pode ser hoje um nome consolidado — como diz Fátima —, mas, se passar o ano inteiro marcando apenas 4% ou 5% nas pesquisas, nem ela conseguirá conter as especulações por alternativas. E isso começará, inevitavelmente, dentro de casa.
Pelo que se escuta hoje nos bastidores do governo, o verdadeiro objetivo é eleger Fátima ao Senado. A leitura de muitos é de que Cadu servirá mais como peça de palanque do que como real aposta de vitória. Se sua candidatura “vingar”, ótimo. Se não, também não se esperava muito.
O PT até pode sustentar o nome de Cadu como candidato ao governo, mas, se ele não apresentar resultados promissores nas pesquisas, será sempre um nome contestado, enfraquecido e com a imagem de quem foi escolhido apenas como figurante.