Quando as lideranças de oposição falam em união para derrotar o PT, o que muitos querem realmente dizer é: a desistência de Rogério Marinho. Não passa pela cabeça de nenhum deles que essa união venha a partir de uma eventual desistência de Allyson Bezerra.
A verdade é que há quem ainda acredite que Rogério, por ser estrategista e pragmático, entenderá que sua candidatura é mais vulnerável, que suas chances de vitória são menores que as de Allyson, e que o momento político favorece o prefeito. Espera-se que ele reconheça isso e abra mão em nome de um projeto com mais chances de sucesso.
Alguns dizem isso de forma mais polida e diplomática, mas no fundo é exatamente esse o cenário. Quando se fala em união da oposição, todos sabem: isso só ocorrerá se Rogério Marinho recuar.
Dez entre dez líderes políticos no RN sabem que Allyson não abrirá mão. Afinal, não faz sentido o líder nas pesquisas ceder espaço a quem tem menos viabilidade eleitoral.
A grande dúvida é se Rogério terá essa percepção e aceitará o sacrifício em nome do objetivo maior — derrotar o PT. Mas vale lembrar que o altruísmo ideológico raramente pauta decisões desse tipo. Mesmo os políticos mais pragmáticos, na hora de decidir, colocam seus próprios interesses em primeiro lugar.
Para que Rogério desista, será preciso haver compensação e garantia de entrega. Todos esses fatores pesarão na análise do estrategista Rogério Marinho sobre se vale ou não a pena abrir mão da candidatura.