Será que o clã Bolsonaro vê em Rogério Marinho um possível herdeiro político?

Vários leitores do blog têm me perguntado sobre a possibilidade de o senador Rogério Marinho ser ungido pela família Bolsonaro como candidato à Presidência da República ou mesmo a vice. Essas dúvidas surgiram após lerem no blog que Rogério admitiu a possibilidade de ter um plano A nacional, enquanto o projeto de disputar o Governo do RN seria uma espécie de plano B.

Ao declarar que não é o político quem controla a política, mas o contrário, Rogério deixou evidente essa possibilidade de um projeto nacional. Para isso, tem atuado com fidelidade inabalável ao clã Bolsonaro, na expectativa de herdar o imenso capital eleitoral de Jair Bolsonaro.

Para responder a essa questão, é preciso considerar alguns argumentos. O primeiro deles é que Marinho segue uma lógica política razoável ao elaborar seu plano. Com Bolsonaro inelegível, chegará o momento em que o bolsonarismo precisará buscar uma alternativa. A fidelidade de Rogério o coloca entre os primeiros da fila.

No entanto, há um segundo argumento: nas entrevistas que ouvi de Jair Bolsonaro sobre possíveis sucessores, ele sempre faz ressalvas a todos os nomes citados. Para ele, Tarcísio ainda é muito novo e tem uma reeleição garantida em São Paulo; Caiado é um ingrato; Zema, um deslumbrado; Nikolas Ferreira, um menino; e Pablo Marçal, um traidor. Os únicos nomes que Bolsonaro menciona sem restrições são Michelle Bolsonaro, Flávio Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro.

O histórico de Bolsonaro não é de lealdade incondicional a aliados — que o digam os saudosos Bebianno e Major Olímpio. No momento em que precisar sair de cena, Bolsonaro tende a indicar alguém de sua própria família. Ainda mais se for para a posição de vice, quando a prioridade será garantir um nome de confiança. Esse cenário se torna ainda mais provável caso o governo continue enfrentando alta rejeição e a oposição se sinta fortalecida.

Portanto, finalmente respondendo à pergunta que me fazem, considero improvável que Rogério Marinho herde uma candidatura nacional apenas por sua fidelidade ao bolsonarismo. Com um pé no plano A e outro no plano B, ele deverá, ao final, retomar sua pré-campanha no Estado.

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