Silêncio quebrado: Ezequiel entra no jogo político com discurso enigmático

Qual é, afinal, o plano do presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira?

Do silêncio quase absoluto de antes ao falatório atual, Ezequiel Ferreira parece ter mudado de estratégia.

Durante uma pequena comemoração de aniversário organizada por servidores da Assembleia, esperava-se um discurso de simples agradecimento. No entanto, o presidente surpreendeu ao tratar de política — e com ênfase. Ele declarou:

“Não estou me lançando candidato a nada, mas estou pronto para disputar qualquer cargo eletivo do Estado do Rio Grande do Norte. E, graças a vocês, nós podemos mostrar o que é gestão com a Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Norte. Muito obrigado a todos vocês.”

É possível enxergar dois objetivos principais nas declarações de Ezequiel — que não se limitaram a essa fala.

O primeiro seria o de abrir caminho para uma eventual candidatura ao Governo do Estado. Ao repetir que está pronto para “qualquer cargo”, ele quer se colocar como uma opção viável, talvez já prevendo que o nome petista indicado por Fátima Bezerra, Cadu Xavier, possa não se sustentar até 2026. Nesse cenário, Ezequiel quer estar bem posicionado na fila.

O segundo objetivo pode ser apenas o de gerar alvoroço político e se manter em evidência. Mesmo que falem mal, o importante é ser lembrado. Ezequiel pode estar calculando esse tipo de fala justamente para atrair atenção. Vale lembrar que ele está prestes a ser expulso do PSDB e que sua base política foi bastante reduzida.

Há ainda a possibilidade de sua fala ter sido uma reação ao modo como o chefe da Casa Civil, Raimundo Alves, referiu-se a ele recentemente — declarando confiar na palavra de Ezequiel sobre seu apoio a Cadu Xavier. A fala pode ter sido sentida como uma cobrança pública, e a resposta veio em forma de recado.

De qualquer forma, o antes calado Ezequiel agora fala — e fala muito. E mandando recados.

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