Em janeiro passado, a mídia política do Rio Grande do Norte noticiava uma divisão no União Brasil. Havia duas correntes em confronto dentro do partido: de um lado, o prefeito Paulinho Freire defendendo o apoio a Rogério Marinho; do outro, José Agripino apostando na candidatura de Allyson Bezerra.
Agora, com a chegada de junho, a dúvida parece superada. As chances de Paulinho enterrar o projeto de Allyson e arrastar o partido para uma aliança com o PL são remotíssimas. O próprio Paulinho sabe que, na melhor das hipóteses, poderá apoiar Rogério individualmente — porque o partido não abrirá mais mão de Allyson.
E o que mudou nesse cenário?
Nesse intervalo, Rogério semeou incertezas sobre sua candidatura, demonstrou interesse por um projeto nacional, surgiu a federação entre União Brasil e PP, e as pesquisas mostraram o amplo favoritismo de Allyson.
Hoje, dentro da cúpula da federação, o grupo que apoia Allyson já não conta apenas com Agripino. Benes Leocádio, João Maia e Robinson Faria também estão nesse barco, isolando cada vez mais a posição de Paulinho.
É totalmente improvável que o União Brasil abra mão de um candidato próprio, em posição de favoritismo, para embarcar na candidatura de Rogério — nem nos melhores sonhos do senador.
Isso complica para Paulinho. Caso insista em retribuir o apoio de Rogério em 2024, pagará um alto preço. Primeiro, perderá a chance de indicar Nina Souza, sua esposa, como vice de Allyson. Não faz sentido apoiar Rogério e querer espaço na chapa adversária. Segundo, porque o palanque liberal virá fortemente armado contra Allyson, e será constrangedor para Paulinho subir num palanque que ataca seu próprio partido. E terceiro, porque a Prefeitura de Natal pode sofrer desgaste caso seu prefeito apoie um candidato derrotado — se Allyson vencer.
Não sei o que Paulinho decidirá ao final. Mas uma coisa é certa: aquela divisão dentro do União Brasil já não existe. O partido, o PP e toda a federação vão fechar com Allyson Bezerra.