Matemática eleitoral: por que a dobradinha com Zenaide passou a ser um risco para Fátima

Todo mundo sabe que Fátima Bezerra elegeu como prioridade, em sua estratégia para se eleger ao Senado em 2026, atrair a senadora Zenaide Maia para formar uma dobradinha na chapa. No entanto, a conta que antes parecia exata agora está se mostrando arriscada — essa aliança pode ser uma verdadeira barca furada para a governadora.

Vou explicar.

O cenário que começa a se desenhar para a eleição ao Senado aponta um favoritismo do senador Styvenson Valentim. Fátima aparece em segundo lugar nas pesquisas, o que a colocaria com a segunda vaga. Já Zenaide corre por fora.

Num confronto direto — como é a disputa ao Senado, onde há apenas duas vagas —, a imagem que Fátima começa a enxergar se aproximando logo atrás é justamente a de Zenaide. Ao atrair Zenaide para a dobradinha, Fátima, na prática, está colando seu voto ao da senadora. O detalhe é que, se essa estratégia for bem-sucedida, o palanque vai propor que Zenaide receba todo o voto petista, progressista e de esquerda.

Se Styvenson confirmar o favoritismo, a disputa real será entre Fátima e Zenaide pela segunda vaga. E aí Zenaide tem uma vantagem estratégica: ela pode agregar dois nichos distintos — os votos do palanque petista e os do centro político, onde estão nomes como Allyson Bezerra. O prefeito de Mossoró, inclusive, já declarou que apoiará Zenaide, caso ela seja candidata ao Senado.

Por outro lado, se Fátima optar por ter ao seu lado um nome mais identificado com a esquerda, mas que não represente ameaça direta, ela pode, naturalmente, reduzir os votos de Zenaide e enfraquecer uma adversária direta.

Talvez seja essa a conta que o PT esteja fazendo neste momento. A aliança com Zenaide pode acabar colocando em risco a própria eleição de Fátima.

Na política, a matemática é simples: para vencer, é preciso somar e multiplicar; subtrair e dividir leva à derrota.

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