Os prefeitos das duas principais cidades do Estado estão enfrentando algumas dores de cabeça por conta dos projetos políticos criados dentro de suas próprias casas para 2026.
Paulinho Freire projetou eleger a esposa, Nina Souza, deputada federal. Já Allyson Bezerra idealizou a eleição da esposa, Cinthia Pinheiro, para deputada estadual.
Paulinho enfrenta resistência dentro do União Brasil — partido ao qual ele e Nina são filiados — e também no PL, legenda para a qual Nina deverá migrar caso precise deixar o União Brasil.
Os pré-candidatos a deputado federal do PP e do União Brasil, que formaram uma federação, não querem Nina na nominata porque acreditam que ela não tem comprometimento com o projeto da federação e que buscará apenas garantir uma vaga certa. No PL, a avaliação é parecida: integrantes da nominata consideram que a disputa se tornaria desigual com Nina na chapa.
Situação semelhante vive Allyson Bezerra desde que lançou o nome de Cinthia para deputada estadual. Dentro do União Brasil, os pré-candidatos reclamam que o projeto “Cinthia” saiu da manga do prefeito, mesmo após ele ter prometido que a esposa não seria candidata.
Allyson não só descumpriu a palavra com os deputados da nominata, como vem entrando em choque na busca por aliados para o projeto da esposa. Ele tem investido na conquista de apoiadores em diversos municípios que já estavam comprometidos com outros nomes da própria nominata, o que tem gerado queixas em várias cidades. O clima azedou entre ele e os pré-candidatos na nominata.
Tanto Paulinho Freire quanto Allyson Bezerra seguem um roteiro muito comum na política tradicional: buscar sucessores dentro da própria família, fechando as portas para outras lideranças. Mesmo se apresentando como políticos diferentes, acabam repetindo exatamente aquilo que sempre criticaram nos outros.
Os entraves que ambos enfrentam são resultado da mentalidade de que, por ocuparem prefeituras importantes, podem eleger qualquer um e porque não um parente de confiança.
Acreditam que, com o poder e a estrutura das máquinas públicas, podem garantir a vitória — uma velha ilusão da política potiguar.






