Prosseguindo com a análise dos palanques que disputarão as eleições de 2026 no Rio Grande do Norte, considerando como cada um deles chega ao final de 2025 e ingressa no ano eleitoral, faço agora um balanço sobre o chamado palanque da “terceira via”.
ALIANÇAS
O palanque já conta com a aliança obrigatória entre União Brasil e PP, que formaram uma federação e atuam como uma única sigla. Também integrarão a aliança o PSD e o Solidariedade. Considerando esse conjunto de partidos, esse agrupamento deverá ter o maior tempo de propaganda no rádio e na TV, sendo o mais robusto em termos de estrutura partidária. A projeção é de que cerca de 60 prefeitos estejam alinhados com essa composição.
CHAPA AO GOVERNO
Até o final de janeiro, o prefeito Allyson Bezerra anunciará oficialmente sua pré-candidatura ao Governo. Ele lidera as pesquisas e já recebeu o aval das siglas para disputar. É provável que Allyson renuncie ao cargo de prefeito na mesma data do anúncio, passando a dedicar-se integralmente ao projeto eleitoral.
Há, na prática, um acordo com o PP para indicar o vice, e tudo aponta para a escolha da ex-prefeita de Messias Targino, Shirley Targino. Mesmo que novos partidos ingressem na aliança, essa indicação é considerada inegociável pelo PP, inclusive diante da improvável chegada de Carlos Eduardo Alves.
CHAPA AO SENADO
O palanque possui, até o momento, um nome consolidado para o Senado: Zenaide Maia, que tem o apoio de todos os aliados. A segunda vaga permanece em aberto. Nessa composição, o União Brasil indicará o candidato a governador, o PP ficará com a vice, e o PSD terá um nome ao Senado. O Solidariedade não dispõe de força política ou estrutura suficientes para reivindicar a segunda vaga. Essa escolha deverá permanecer em negociação até abril, quando se encerram as conversas com possíveis novos aliados. Caso não haja adesões, a tendência é que seja escolhido um nome interno com peso suficiente para fortalecer a chapa.
NOMINATA FEDERAL
Esse é o grande problema da federação União Brasil–PP. PSD e Solidariedade não apresentarão nominatas para deputado federal. A nominata da federação conta apenas com “tubarões”: três deputados de mandato — Benes, Robinson e João Maia — além do nome de Nina Souza, filiada ao União Brasil e já autorizada a integrar a lista, embora esteja em conversas avançadas com o PL.
O que falta é a chamada “esteira”, candidatos que ajudem a puxar votos para garantir mais eleitos. E todos estão fugindo dessa nominata altamente competitiva. Esse é um problema sério, que pode comprometer a meta inicial de eleger quatro deputados federais. No cenário atual, eleger dois ou três nomes parece mais realista.
NOMINATA ESTADUAL
União Brasil e PP devem apresentar uma nominata consistente para deputado estadual. Apesar da provável saída do deputado Ivanilson Oliveira, há novos nomes com bom potencial de votação, como Cinthia Pinheiro, esposa do prefeito Allyson Bezerra, que será candidata pelo União Brasil. A federação trabalha com a meta de eleger entre cinco e seis deputados estaduais. A nominata deve ser impulsionada pelo chamado voto de legenda, favorecida pela liderança de Allyson nas pesquisas.
PERSPECTIVAS
O palanque é forte e reúne o favorito ao Governo, mas seu desempenho dependerá de como a polarização ideológica influenciará o pleito. Considerado uma alternativa de centro, existe o risco de que a eleição seja dominada pela disputa entre a direita bolsonarista e a esquerda petista, deixando esse agrupamento em uma espécie de limbo. Allyson terá de desenvolver estratégias robustas de marketing para evitar sua exclusão do debate público.
Na disputa pelas duas vagas ao Senado, Zenaide Maia aparece como uma concorrente forte pela segunda vaga, embora a governadora Fátima Bezerra mantenha uma ligeira vantagem nesse espaço de disputa.





