Analisei com atenção a pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Paraná Pesquisas no Rio Grande do Norte e encontrei três pontos que não ficaram bem explicados. Importante destacar que baixei o relatório completo no próprio portal do instituto, ou seja, conferi os dados na fonte original.
O primeiro aspecto que chama atenção é o quadro da disputa estimulada para o Senado. Nele, o instituto apresenta Zenaide com 34,5% e Fátima Bezerra com 31,2%. Porém, no quadro seguinte, ao comparar a primeira com a segunda rodada da pesquisa, os números aparecem invertidos: Fátima com 34,5% e Zenaide com 31,2%. Ou seja, não fica claro quem, de fato, lidera com 34% e quem está com 31%.
O segundo ponto é a ausência de um cenário de segundo turno entre Allyson Bezerra e Rogério Marinho. Na estimulada de primeiro turno, Allyson aparece em primeiro lugar, seguido de perto por Rogério, em empate técnico. Seria natural que o instituto simulasse um confronto direto entre os dois. No entanto, isso não aconteceu: foram testados apenas os cenários Allyson x Cadu, Rogério x Cadu e Álvaro x Cadu. Uma omissão que considero uma falha grosseira.
O terceiro problema está no formato da pergunta para o Senado. O instituto informou que o entrevistado deveria citar dois nomes, o que faria com que a soma dos percentuais chegasse a 200%. Entretanto, o total de todas as respostas (incluindo não sabe, nulos, brancos e nenhum) foi de apenas 177%. Mesmo que alguns entrevistados tenham citado apenas um nome, o segundo voto deveria ter sido computado em “não sabe”. Era obrigatório que a soma chegasse a 200%. Assim, o resultado não se sustenta.
Essas foram as inconsistências que identifiquei na pesquisa. Compartilho-as aqui para conhecimento dos leitores. Não estou afirmando que a pesquisa não tenha validade, mas registro que ela apresenta falhas que merecem atenção.