Cadu está deixando o espaço vazio, e alguém vai ocupar seu lugar

Com certeza, a notícia do dia de que Ezequiel Ferreira seria o nome que o MDB terá na agulha para disputar o Governo do Estado não soou bem aos ouvidos de Carlos Eduardo Xavier, o Cadu Xavier, lançado pelo PT como pré-candidato ao governo. Até mesmo porque, antes de se lançar, Cadu visitou o vice-governador, Walter Alves, e, em seguida, o presidente da Assembleia, Ezequiel Ferreira — obtendo de ambos o sinal verde para seguir em frente.

O movimento que tenta agora alçar Ezequiel à cabeça de chapa na disputa pelo governo seria uma espécie de rasteira em Cadu? A resposta para essa pergunta pode ser sim e não. Sim, porque Cadu teve o cuidado de pedir a bênção dos dois anteriormente — eles sabiam que se tratava de um projeto em construção. E não, porque houve até certa empolgação inicial, mas o nome de Cadu parece agora estar parado no tempo, inerte, sem projeção, o que gera dúvidas internas sobre sua viabilidade.

Como já dissemos em outras análises: em política, não existem espaços vazios. Se alguém desocupa um lugar, logo vem outro e o ocupa. O secretário da Fazenda de Fátima não está decolando. Nem sequer ganha velocidade na pista para levantar voo.

Um projeto de candidatura majoritária tem várias etapas, mas há fases essenciais que determinam o sucesso ou fracasso de um projeto. É como o plantio de uma árvore: as etapas mais importantes são o momento da semeadura — em que é preciso adubar, limpar o mato ao redor, regar na medida certa, cuidar da terra — e a colheita, que exige o tempo certo e o manejo adequado.

O mesmo vale para um projeto político. E Cadu Xavier não está indo bem na fase do plantio. Houve um entusiasmo inicial ali no período do Carnaval, quando seu nome foi anunciado. As reações foram boas, mas deveria ter vindo, logo depois, uma sequência de ações: ocupação de espaços, viagens pelo estado, muitas entrevistas, presença constante. Era o momento de se mostrar ao Rio Grande do Norte — mostrar quem é, o que pensa, o que defende. Enfim, uma busca ativa por visibilidade. Mas ele sumiu, mergulhou em reuniões e seminários internos do PT.

O grande risco agora é que comecem a circular as primeiras pesquisas com seu nome, e os resultados revelem que sua candidatura não é competitiva. Antes que isso ocorra, parte dos governistas já se movimenta para realizar uma espécie de cirurgia reparadora — antes que a doença seja exposta.

O que será oferecido a ele deve ser uma espécie de prêmio de consolação: a vaga de vice. Mesmo que Ezequiel não venha a ser confirmado como o nome para disputar o Executivo, isso não apaga o que já é visível para todos: Cadu não está se viabilizando.

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