O efeito Lula faz com que Fátima acredite que Cadu Xavier chegará ao segundo turno

A linha de raciocínio que a governadora Fátima Bezerra desenvolve para afirmar que seu pré-candidato ao Governo do Estado, Cadu Xavier, estará no segundo turno leva em conta os efeitos da polarização política no País.

Aqui no blog, já argumentei que compartilho dessa mesma crença da governadora. Creio que haverá segundo turno no RN e que a tendência é de que os dois grupos projetados pela polarização nacional estejam representados nessa disputa.

O campo conservador e o campo progressista tendem, mais uma vez, a ocupar o centro da cena. Havia expectativa de que os efeitos da polarização fossem se dissipando e que, em 2026, já não fossem tão intensos. No entanto, observando as redes sociais, os grupos de conversas, a mídia e até o julgamento de Bolsonaro, fica claro que a polarização permanece firme e forte.

Quando Fátima Bezerra afirma ter certeza de que Cadu estará no segundo turno, ela considera que o campo progressista, liderado nacionalmente pelo presidente Lula, terá força eleitoral suficiente para levar seus candidatos à etapa decisiva.

Eu compartilho dessa lógica, mas acredito que, no caso do RN, dois fatores são essenciais para que isso se concretize: o desempenho do governo de Fátima no próximo ano e o desempenho do governo Lula. Se ambos estiverem bem avaliados, a ida de Cadu Xavier ao segundo turno será inevitável.

Do mesmo modo, o contrário também é verdadeiro: se o governo Lula, principalmente, tiver baixa aprovação, arrastará para baixo o governo Fátima e a candidatura de Cadu.

Embora Cadu Xavier registre pontuação baixa na maioria das pesquisas atuais, esse é um fator que tende a mudar com o avanço do processo eleitoral. Basta lembrar a situação de Natália Bonavides na eleição de Natal em 2024, ou mesmo a reeleição de Fátima em 2022, conquistada ainda no primeiro turno, apesar da alta rejeição e do teto baixo nas pesquisas durante toda a pré-campanha.

Portanto, quando afirma que o PT estará no segundo turno no RN, Fátima Bezerra aposta nessa lógica eleitoral das forças dominantes que concentram a atenção do eleitor. Não há nenhuma mirabolância, apenas uma leitura consistente do cenário.

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