Na semana passada, em Natal, o prefeito Alysson Bezerra afirmou, em entrevista, que, caso a senadora Zenaide Maia seja mesmo candidata à reeleição, contará com seu apoio. Da mesma forma, Zenaide, em entrevista ao Agora RN nesta segunda-feira, declarou que chegou a convidar o prefeito para se filiar ao PSD:
“Convidei, mas ele ficou no União Brasil. Ainda assim, tenho compromisso com Mossoró, onde destinei recursos para 10 unidades básicas de saúde na zona rural, quatro na zona urbana e quatro centros de assistência psicossocial.”
A leitura predominante é que Zenaide está a um passo de fechar aliança com a governadora Fátima Bezerra. Ao mesmo tempo, o prefeito Alysson já bateu a porta do Governo do Estado e rompeu com Fátima. Em resumo: Zenaide caminha para uma articulação onde Alysson não cabe.
A situação tem desdobramentos importantes.
Alguns analistas entendem que, sem Zenaide, Alysson pode ficar politicamente isolado. Uma possível terceira via perderia força com o rompimento entre o prefeito e a senadora, que representa uma ponte relevante no cenário estadual.
O detalhe está no rumo político que cada um vem tomando: Alysson tem se aproximado do campo da direita conservadora — um espaço em que Zenaide claramente não se encaixa. Já Zenaide costura uma aliança com Fátima, onde também não há espaço para o prefeito de Mossoró.
A única possibilidade de manutenção dessa parceria seria caso ambos tivessem frustradas as expectativas em relação às alianças que hoje estão construindo. Nesse cenário, poderiam acabar recorrendo um ao outro para sustentar um palanque independente, de terceira via.
Mas será que Alysson manteria o apoio a Zenaide mesmo com ela fora de seu palanque? Talvez ele até cogite essa possibilidade. No entanto, as circunstâncias políticas dificilmente permitiriam. Seria, no mínimo, contraditório para o prefeito liderar uma campanha com aliados da oposição e, ao mesmo tempo, declarar apoio a uma figura tão ligada ao campo adversário.
