Nem todos estão olhando corretamente para o prefeito de Natal, Paulinho Freire, no contexto das eleições de 2026. Jornalistas políticos, formadores de opinião e até mesmo a classe política, até pouco tempo, enxergavam apenas o articulador da disputa estadual. Mas Paulinho não é só isso: ele é a bola da vez no pós-2026.
Inicialmente, Paulinho foi alçado ao papel de articulador. Todos apostaram que caberia a ele a missão de unir a oposição, promovendo o “milagre” de juntar Allyson Bezerra e Rogério Marinho em um único palanque. A tarefa, porém, mostrou-se impossível.
Superada essa fase, Rogério e Allyson passaram a disputar os elogios ao prefeito natalense, em busca de seu apoio. E Paulinho não deixou dúvidas: terá um pé em cada palanque. De um lado, já declarou apoio à chapa de Rogério Marinho e Styvenson Valentim; de outro, lançará sua esposa, Nina Souza, como candidata a deputada federal pelo União Brasil, na aliança que estará com Allyson.
Apesar de seu nome ter sido cogitado para a disputa ao Governo em 2026, Paulinho avalia que ainda não é a hora. Prefere consolidar sua gestão à frente da Prefeitura de Natal, entregar resultados e se colocar como prioridade para 2030. O roteiro traçado é claro: concluir uma boa primeira gestão, disputar a reeleição em 2028, alcançar uma votação expressiva e, em seguida, renunciar para concorrer ao Governo do Estado em 2030.
O curioso é que, nesse cenário, é bastante provável que o adversário de Paulinho em 2030 seja justamente um dos aliados de 2026. Se Rogério ou Allyson vencerem o pleito do próximo ano, terão o direito natural de buscar a reeleição e poderão se tornar obstáculos ao projeto político do prefeito de Natal.