Princípio de incêndio no tabuleiro político do RN: Governo reage à jogada de Jaime Calado

Vou continuar usando a ilustração de um tabuleiro de xadrez para explicar o passo a passo das decisões políticas que, aos poucos, vão surgindo neste jogo.

Ontem, expliquei que o prefeito de São Gonçalo do Amarante, Jaime Calado — esposo da senadora Zenaide Maia —, fez um lance no tabuleiro ao declarar sua chapa ideal para disputar 2026: Alysson Bezerra para governador, um vice indicado pelo MDSB, e Fátima Bezerra e Zenaide para o Senado.

Não foi um mero palpite; foi um recado. Calado estava sinalizando ao governo que havia um impasse no jogo. O governismo não esconde que deseja a dobradinha de Fátima com Zenaide para o Senado, e Jaime respondeu, dizendo algo como: “Tudo bem, pode ser… mas Zenaide tem um candidato a governador que não é o de vocês. E agora, como vamos resolver esse impasse?”

Não demorou nem 24 horas para que o governo respondesse à jogada de Jaime Calado. O contra-lance veio através de Raimundo Alves, secretário-chefe da Casa Civil do Governo e uma espécie de porta-voz político de Fátima.

A resposta foi direta: não há nenhuma possibilidade de o palanque do governo apoiar Alysson Bezerra. Traduzindo: querem Zenaide, mas sem Alysson. Ou, de forma ainda mais clara: se essa for a condição, não tem acordo.

E não foi só isso. A posição do PT foi ainda mais enfática: também não há nenhuma chance de Zenaide subir no palanque de Fátima, se mantiver apoio a um candidato a governador que não seja aquele que for apoiado pela governadora. Direto e reto.

Se a intenção de Jaime Calado era abrir alguma possibilidade de negociação para levar Zenaide à dobradinha com Fátima — mantendo as benesses federais e estaduais, mas sem abrir mão da aliança com Alysson —, essa esperança não existe mais.

O impasse agora se ampliou. O próximo lance no tabuleiro será de Zenaide: afastar-se de Alysson Bezerra, favorito ao Governo, e se entregar de vez ao palanque governista? Ou abrir mão das benesses de duas superestruturas (União e Estado) para manter sua aliança política?

Fiquemos de olho nos próximos lances.

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