As pessoas mais próximas ao senador Rogério Marinho – inclusive todo o seu staff – estão sendo orientadas a afirmar, com absoluta convicção e muita ênfase, o seguinte: “ele é candidatíssimo ao Governo do Estado.”
Essa orientação contrasta com declarações anteriores do próprio Rogério, em que ele afirmava claramente estar focado em um projeto nacional:
“Eu sei que hoje é a política que nos governa. A gente não tem muita certeza, não é simplesmente fazer o que eu quero. Pela posição que ocupo, pode ser que eu adote uma postura diferente em 2026.”
Rogério deu diversos sinais de que estava priorizando o cenário federal para 2026. Seu envolvimento com um projeto nacional – tentando compor uma chapa presidencial, seja como candidato a presidente ou a vice – ficou bastante evidente. Suas falas reforçaram isso.
Mas por que o recuo?
O senador acreditava que conseguiria manter os dois projetos em paralelo: com a preferência pela chapa federal, mas deixando o plano B (o governo do RN) como alternativa viável. O problema é que todos no Rio Grande do Norte entenderam a realidade. Inclusive, os próprios aliados começaram a seguir outros caminhos, sem esperar por uma definição de Rogério.
Prefeitos passaram a se articular com novas opções. Paulinho Freire recuou. Styvenson passou a focar mais na própria vida política. Álvaro Dias se desagregou do grupo. O plano B começou a desmoronar.
Ao declarar que aguardaria até dezembro para consolidar seu nome, Rogério buscou criar uma espécie de prazo e condição para manter o plano B vivo. A mensagem foi clara: ele só será candidato ao governo se houver adesão suficiente até lá. A estratégia foi tentar conter a debandada e sinalizar que a definição virá até o fim do ano.
O problema é que não basta apenas seus aliados próximos dizerem que ele é “candidatíssimo”. Rogério precisa demonstrar, com atitudes concretas, que disputar o governo voltou a ser o plano A.
Enquanto isso não acontecer, para qualquer observador atento à política do RN, o governo continua sendo apenas plano B.